Embarquei nessa viagem sem muitas expectativas e sem muita preparação prévia. Mal sabia que ficaria encantada com tamanha experiência.
Depois de encarar o vôo saindo de Fortaleza para Santiago com conexão em SP, mais algumas horas de atraso do vôo que nos levaria para Punta Arenas. A paisagem já impressiona vista da janela do avião. Uma beleza encantadora, que deixa dúvidas se é rio ou mar.
Punta Arenas, nosso ponto de Partida da nossa expedição a bordo do Australis, é uma pacata cidade portuária e capital da XII Região do Chile, fundada em 1948. Localizada na Península de Brunswick e nas proximidades do Estreito de Magalhães, na Patagônia, onde impera o frio e o vento e são poucos os meses de um clima mais ameno, tempo para embarcar nessa linda aventura.
O povo é hospitaleiro e simpático e a experiência já começa com um visual espetacular da península.
Por incrível que pareça, sua população tem raízes em povos principalmente da Croácia, onde se percebe uma forte influência no comércio, assim como também é formada de espanhóis, suecos, iugoslavos e galeses que chegaram por lá.
Punta Arenas é um ponto de cruzeiros e expedições à Antártica e, antes da abertura do Canal do Panamá, já foi o porto para a navegação entre os oceanos Pacífico e Atlântico.Tem muita história pra contar!
A partir de Punta Arenas pode-se fazer passeios a Puerto Natales, Parque Nacional de Torres del Paine, Antártida, Estreito de Magalhães e Terra do Fogo, parque marinho Francisco Coloane, Glaciar Serrano, Caverna de Milodon, Ilha Madalena e Porto Eden.
Outros pontos na cidade são: Morro la Cruz, Museu Naval e Marítimo, Palácio Sara Braun e Museu Salesiano.
Em Punta Arenas, com duas noites pode-se visitar o centrinho, as ruas do comércio e o Cemitério Municipal, um dos mais belos que já vi.
Compras: Punta Arena é zona franca , comprinhas livres de impostos. Bom demais, dá pra levar souvenirs pra família toda!
Culinária: Aproveite para começar a conhecer a culinária Patagônica, pois há ótimos restaurantes. Comece conhecendo a famosa centolla ou experiente um Choripan , cachorro quente com chorizo e o acompanhamento inimaginável de um copo de leite com banana.
1º Dia – Dia de expectativa para o embarque do Australis. A organização impecável. A primeira impressão do navio foi de muita organização . As cabines com um amplo janelão, onde pode-se acompanhar toda a travessia a qualquer momento. Um visual de tirar o fôlego!
Na recepção com coquetel de boas vindas já foram dadas as instruções de segurança, que são muito importantes ao longo da viagem. Foi seguido de um jantar com cardápio baseado na culinária patagônica: centolla, congrio, pulto, cordeiro, variedade de mariscos, peixes, culinária andina , incluindo quinua, milho , cardápios finamente preparados. De dar água na boca só de falar. No final da viagem ganhei o cardápio assinado pelo Chef da Expedição do Australis, Rodrigo Ruiz.
1º Dia – Desembarque na Baia de Ainsworth e Ilhotas Tuckers. O desembarque sempre é feito por experientes marinheiros que conduzem os botes Zodiac. Confesso que no início senti um frio na na barriga de estar navegando e driblando as ondas desses mares.
Nesse dia também visitamos as salas de máquinas e conhecemos como são feitas as rutas e mapas de navegação.
À noite tivemos uma palestra sobre Glaciologia na Patagônia. Além disso, era passado um documentário “Eden ao Fim do Mundo”, ou podíamos participar de um karaokê com outros navegantes, vindos de outros cantos do mundo, como Estados Unidos, vários países da Europa, Austrália , etc.
2º Dia – Navegação pelo Canal Ballenero , oportunidade para contemplação, tirar belas fotografias, contemplar aves….A tarde desembarcamos no fiorde Pia seguida de uma caminhada por uma trilha pedregosa. O dia também foi para atravessar a avenida dos Glaciares Romanche, Alemanha, França, Itália e Holanda. Ao longo de um dos percursos mais maravilhosos que os olhos podem registrar, foram servidos petiscos com o tema de cada país, enquanto atravessávamos o Glacial dos países mencionados.
3º Dia – Os dias eram complementados com palestras e nesse dia foi “Descubrindo a Tierra Del Fuego” e “Baia Wulaia”. À noite foi exibido o documentário “Diabos Voadores”, seguido de um momento de descontração com desfile e Bingo. Não faltavam atividades no navio para nos divertir e informar. A expectativa e a ansiedade eram totais para o desembarque no Cabo de Hornos no dia seguinte.
4º Dia – A tensão era grande para desembarcar no Cabo de Hornos às 7h15, considerando que as fortes ondas permitissem esse desembarque.
O Parque Nacional de Cabo de Hornos foi Declarada Reserva Mundial da Biosfera da Unesco .
O desembarque foi emocionante acompanhado de um vento intenso e uma chuva fina que ao bater no rosto doía, mas nada que tire o encanto dessa terra remota. Para a nossa surpresa conhecemos o único morador que vigia esse ponte e que serve de rota de navios para outros mares. Só na volta foi servido o espetacular café da manhã de todos os dias.
À tarde, antes do desembarque na Baía Wulaia, assistimos aos documentários “Baia Wulaia” e “Expedição Antártica do Shakelton”. Particularmente fiquei encantada com a aventura de Shakelton.
Charles Darwin desembarcou neste lugar durante a sua viagem a bordo do HMS Beagle em 23 de janeiro de 1833. Na Baía Walaia a caminhada que escolhi foi de dificuldade média-alta, e foi uma verdadeira viagem ao passado para conhecer os vestígios do povo Yagan, povos originários que habitaram a ilha.
No final da caminhada, pedimos ao nosso guia do nosso grupo para permanecer uns minutos no alto da nossa caminhada para ouvir o barulho do silêncio e foi o momento mais encantador e mais reflexivo que a natureza nos brindou.
5º Dia – Chegada em Ushuaia, Rep. Da Argentina, uma das cidades mais importantes da Ilha Grande da Terra do Fogo. Chega ao fim a nossa expedição de conhecimento da biodiversidade da Patagônia e a importância para o Planeta. Nesse dia pegaria o caminho de volta para repetir a experiência, mas já garanti uns dos carimbos mais especiais no meu passaporte.
Cláudia Villaroel – Diretora da Terratur, viajante apaixonada.
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