Vinhos, oliveiras, sobreiros, fé, campos floridos, muralhas, delícias no mesa, sol: Alentejo!
Com um clima primaveril total (final de maio), fizemos um curto roteiro que nos permitiu, não apenas conhecer a região central do Alentejo, mas também degustar a deliciosa gastronomia local. Neste aspecto, não é diferente do resto de Portugal.
Nosso roteiro incluiu Évora e Monsaraz (já quase fronteira com a Espanha), com visita às vinícolas Cartuxa, Pêra-Grave e Esporão. Abaixo Évora e arredores:
… e continuando, depois (ou antes) de um espetacular almoço na vinícola Esporão, admirar a tranquilidade de Monsaraz, no topo de sua colina:
O Alentejo é a terra natal da poetisa Florbela Espanca (1894-1930), cuja vida, de apenas trinta e seis anos, foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização, feminilidade e panteísmo.
Florbela soube transformar em soneto a primavera de cores intensa que naquela terra se instala.
PRIMAVERA
É Primavera agora, meu Amor! O campo despe a veste de estamenha; Não há árvore nenhuma que não tenha O coração aberto, todo em flor!
Ah! Deixa-te vogar, calmo, ao sabor Da vida… não há bem que nos não venha Dum mal que o nosso orgulho em vão desdenha! Não há bem que não possa ser melhor!
Também despi meu triste burel pardo, E agora cheiro a rosmaninho e a nardo E ando agora tonta, à tua espera…
Pus rosas cor-de-rosa em meus cabelos… Parecem um rosal! Vem desprendê-los! Meu Amor, meu Amor, é Primavera!…
De Florbela Espanca In Reliquiae, 1934
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