Relatos de viagem
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Relatos de viagem

Wanderlust em alemão pode ser traduzido por "desejo de viajar". É um termo que descreve um forte desejo de viajar, de explorar o mundo, de ir a qualquer lugar, em uma caminhada que possa levar ao desconhecido, a algo novo. No entanto não se trata de uma simples vontade, mas de um desejo incontrolável de ir, de seguir rumo ao desconhecido, em qualquer direção, ou a algum lugar onde se possa encontrar algo novo. Outra palavra em alemão correlata é Fernweh que significa saudade de lugares distantes, abstinência de estar em lugares distantes.


Unindo estas duas palavras, temos o desejo de viajar para matar a sensação ruim de estar longe de onde se deseja estar. Diante disso, viajamos, caminhamos, vamos pra longe... e muitos relatam as viagens e deixam registrados os momentos e experiências vividas, em relatos e diários de viagem.


Ler relatos e diários de viagem é sempre muito interessante. Além de aprendermos sobre os destinos e obter informações sobre a viagem em si, também viajamos juntos, como se lá estivéssemos, ao longo das páginas!


Abaixo, relacionamos alguns clássicos relatos de viagem, Boa leitura e viagem!


On the Road, de Jack Kerouac (1957)

Viagem pela Rota 66 – Estados Unidos


Livro do escritor estadunidense Jack Kerouac, um dos principais expoentes da geração beatnik dos Estados Unidos, é considerada sua obra-prima, sendo uma grande influência para a juventude dos anos 60, que colocava a mochila nas costas e botava o pé na estrada.



As viagens, de Marco Polo (circa 1300)

Europa e Ásia


Escrito por volta de 1.300, em plena Idade Média, "As viagens" é um dos relatos mais fascinantes da História. O livro foi ditado a um companheiro de prisão de Marco Polo, Rustichello, autor de romances de cavalaria. Também conhecido como Il Milione, a obra foi encarada, na época, como um fantasioso conjunto de lendas. Somente séculos depois estas valiosas revelações foram consideradas referências para a geografia e a história modernas.



O Grande Bazar Ferroviário, de Paul Theroux (1975)

Europa e Ásia


Fascinado por trens desde pequeno, o americano Paul Theroux conta nas páginas de "O Grande Bazar Ferroviário" a façanha de cruzar a Europa e a Ásia, saindo da Inglaterra e chegando ao Japão, com o Expresso do Oriente. Como se não bastasse o feito, o escritor retornou ao Velho Continente a bordo do Expresso Transiberiano. Registrando suas impressões sobre os países pelos quais passou e sobre os tipos com os quais cruzou durante a viagem, Theroux revela, acima de tudo, a sua paixão pelos grandes caminhos de ferro.



De moto pela América do Sul, de Ernesto “Che” Guevara (1952)

América do Sul


Elaborado por Ernesto Che Guevara, em forma narrativa, graças às suas anotações detalhadas, é o relato da viagem feita por Che e o seu amigo Alberto Granado, desde Argentina até a Venezuela, em 1952. Aventura e emoção entremeadas de reflexões sobre múltiplos aspectos da América, a miséria dos índios, o espanto de conhecer o mar, o mundo percebido pelos olhos de um jovem de 23 anos, disposto à surpresa e à compaixão, mas também querendo descobrir sua verdadeira vocação. Na garupa de uma moto, rumo à desconhecida América, este é o retrato exato do momento em que começa a se formar um mito. Ao mesmo tempo que descobrimos indícios do grande revolucionário que iria se revelar, lemos o relato de um jovem como qualquer um de nós.



Um Adivinho me Disse, de Tiziano Terzani (2005)

Ásia


O que fazer se for advertido por um vidente a não viajar de avião? Muita gente não daria ouvidos ao presságio, mas o jornalista italiano Tiziano Terzani, correspondente da revista alemã Der Spiege, resolveu aceitar o desafio e passou o ano de 1993 sem tirar os pés do chão. Um pequeno detalhe, ele estava na Ásia. Experimentando os mais diversos meios de transporte, como trens, automóveis, navios, riquixás e até mesmo o lombo de uma mula, Terzani redescobriu um continente até então secreto, mesmo para ele que morava lá havia anos. Saindo de sua casa em Bangcoc, capital tailandesa, o jornalista experimenta o tradicionalismo da Malásia, as ilhas perdidas da Indonésia e o regime populista da China.



Na pior em Paris e Londres, de George Orwell (1933)

Paris e Londres


Decidido a se tornar um escritor, Eric Arthur Blair, pseudônimo de George Orwell, fez de tudo na vida: foi policial na Birmânia, acompanhou a Guerra Civil Espanhola in loco e viu de perto as mazelas dos operários em uma mina de carvão. Nenhuma dessas experiências, contudo, foi tão marcante para ele como viver a miséria face a face em "Na pior em Paris e Londres". Sozinho e sem um centavo no bolso, Orwell se vê em uma Paris totalmente hostil no início dos anos 1920, em que teve que penhorar roupas e trabalhou em restaurantes imundos. Depois de conseguir algum dinheiro, voltou para Londres e penou de albergue em albergue, convivendo com mendigos enquanto tentava encontrar um emprego de verdade. Com um humor mordaz e indignado, Na pior em Paris e Londres é uma espécie de relato de viagem às avessas, já que não há belezas e benesses, mas sim a miséria e o underground europeu.



Gato preto em campo de neve, de Érico Veríssimo (1941)

Estados Unidos


Em janeiro de 1941, como parte do programa de Boa Vizinhança instituído pelo governo norte-americano, Erico Verissimo embarca no vapor Argentina para passar três meses nos Estados Unidos. Diz ao oficial da alfândega que pretende "viajar, ver pessoas e coisas" e, "se não houver outro remédio", fazer conferências.



Laowai – Histórias de uma repórter brasileira na China, de Sônia Bridi (2008)

China


Sônia Bridi e Paulo Zero são correspondentes internacionais da TV Globo em Paris desde janeiro de 2007. Em 2005 e 2006, foram pioneiros na cobertura latino-americana na China. Neste livro, Sônia Bridi conta a vida do casal na China com o filho Pedro durante os dois anos em que permaneceram no outro lado do planeta. O cotidiano, o choque cultural, os bastidores das reportagens, as paisagens, as mudanças aceleradas por que passa o país.



Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert (2006)

Itália, Índia e Indonésia


Elizabeth Gilbert estava com quase trinta anos e tinha tudo o que sempre quis: um marido apaixonado, uma casa nova e espaçosa, o projeto de ter filhos e uma carreira de sucesso. Mas ao invés de sentir-se feliz e realizada, sentia-se confusa, triste e em pânico. Enfrentou um divórcio, uma depressão debilitante e outro amor fracassado. Até que decidiu tomar uma decisão radical: livrou-se de todos os bens materiais, demitiu-se do emprego, e partiu sozinha para uma viagem de um ano pelo mundo. O objetivo de Gilbert era visitar três lugares onde pudesse examinar aspectos de sua própria natureza, tendo como cenário uma cultura que, tradicionalmente, fosse especialista em cada um deles. Assim, decidiu explorar a arte do prazer na Itália, a arte da devoção na Índia, e, na Indonésia, a arte de equilibrar as duas coisas.



Paratii, de Amyr Klink (1992)

Antártica e Pólo Norte


Amyr Klink é sempre surpreendente. Depois de cruzar o Atlântico em um minúsculo barco a remo, travessia relatada em "Cem dias entre céu e mar", lançou-se em outro projeto assombroso: passar um ano inteiro na Antártica, dos quais seis meses imobilizado no gelo, em companhia apenas de pingüins e leões-marinhos. Para realizar esse sonho, no final de 1989 partiu no veleiro Paratii para uma viagem que iria durar 22 meses. Navegando solitário por mais de 50 000 quilômetros, alcançou não apenas o continente gelado do Sul, mas também as geleiras do pólo Norte.



Terra dos homens, de Antoine de Saint-Exupéry (1939)


Neste emocionante relato autobiográfico, do Saara aos Andes, episódios da vida de Saint-Exupéry como piloto entre os anos de 1926 e 1935 são narrados com riqueza de detalhes, principalmente na época em que prestava serviços à Aéropostale. Quase sem água e sem comida por catorze dias, o autor e seu mecânico são os principais personagens desta história, que tem como pano de fundo o deserto do Saara e as miragens.



O turista aprendiz, de Mário de Andrade (1927-1929)

Brasil


A obra rara de Mário Andrade, O Turista Aprendiz, é um dos mais importantes livros de relatos de viagem do Brasil. A publicação de descobrimento do Brasil, escrita em forma de diário, com informalidade, humor e elevada percepção para o prosaico e o inusitado, O Turista Aprendiz narra duas viagens de Mário de Andrade. A primeira, em companhia da aristocrata do café e mecenas dos modernistas Olívia Guedes Penteado, sua sobrinha Margarida Guedes Penteado e da filha de Tarsila do Amaral, pintora do célebre Abaporu, Dulce do Amaral Pinto. Durante três meses, a partir de maio de 1927, a comitiva seguiu do Rio de Janeiro a Iquitos, no Peru, navegando pelos rios Amazonas, Solimões e Madeira. A segunda, entre 1928 e 1929 a viagem foi pelo nordeste do Brasil.



Duas viagens ao Brasil, de Hans Staden (1557)

Brasil


Duas vezes em meados do século XVI, o mercenário e arcabuzeiro alemão Hans Staden (c.1525 - c.1576) aportou nas costas do recém-descoberto Brasil. A primeira, em 1549, passando por Pernambuco e pela Paraíba, e a segunda, em 1550, quando chegou na ilha de Santa Catarina. Na segunda viagem foi preso pelo governador-geral e em seguida capturado pelos índios tamoios. O jovem Staden viveu para contar o que viu - paisagens virgens, riquezas inexploradas e a prática ritual do canibalismo, do qual por muito pouco não foi vítima. É, junto à Carta de Pero Vaz de Caminha, umas das primeiríssimas reportagens realizadas sobre os povos que viviam no que viria a ser o Brasil.



The Road to Oxiana, de Robert Byron (1937)

Ásia


Interessado nas riquezas arquitetônicas de Palestina, Pérsia e Afeganistão, o inglês Robert Byron embarcou em uma das jornadas mais lembradas em listas de melhores obras da literatura de viagem de todos os tempos. Saindo de navio da Veneza de Mussolini, ele percorre ruínas históricas, monumentos e prédios milenares de uma terra desolada, passando por Teerã, Isfahan, Herat, Cabul e Gumbad-i-Khabus. Em sua viagem, Byron passou calor, frio, fome, sede e sofreu com outros contratempos, como pulgas, piolhos e doenças, sempre a cavalo, de jumento ou em algum tipo de veículo motorizado.



Norte Verdadeiro, de Bruce Henderson (2005)

Pólo Norte


No verão de 1909, dois norte-americanos, inicialmente amigos e colaboradores, reivindicaram a descoberta do Pólo Norte, a mais cobiçada distinção entre os exploradores geográficos. O engenheiro civil Robert Peary afirmava ter alcançado o pólo em março de 1909; seu rival, o médico Frederick Cook, rebatia com provas de que lá chegara em abril de 1908. Um século depois, a batalha entre os dois homens continua. 'Norte Verdadeiro' trata de uma das controvérsias mais amargas e duradouras da história da exploração, uma contenda que haveria de dividir a comunidade científica internacional e resultar na ruína de um dos reivindicantes e no descrédito do outro.



The Itineraries, de William Wey (2010)


Em 1456 e novamente em 1458, William Wey (1405?–1476) partiu em viagens pela Europa em meio à turbulência de conflitos locais e expansões transfronteiriças. Wey, um sacerdote de Devon e funcionário do Eton College (Universidade de Oxford), recebeu autorização do rei Henrique VI para fazer peregrinações, e seus amigos o incentivaram a escrever um relato de suas aventuras itinerantes. Ele coletou suas histórias de suas viagens à Catedral de Santiago de Compostela, na Espanha, e mais tarde em Jerusalém, nos quinze capítulos que compõem os Itinerários. Os Itinerários contêm conselhos práticos de viagem sobre conduta e moeda, juntamente com vocabulários comparativos de inglês, latim, grego e hebraico, além de um notável compêndio de álbum de recortes de lugares, estradas e distâncias.



A Arte da Peregrinação, de Phil Cousineau (1988)


A peregrinação é um ato sagrado, mas não necessariamente religioso. A afirmação é do escritor Phil Cousineau, que nesta obra estimula o leitor a fazer viagens mais significativas – que o toquem profundamente, tragam aprendizados e o transformem de alguma forma. Através de suas histórias pessoais por cinquenta países, o autor reflete sobre o ato de peregrinar e da importância das jornadas para o ser humano. A ideia é inspirar viajantes a ir além de uma viagem comum e criarem sua própria peregrinação, a um lugar que tenha um significado especial. O importante é a transformação: voltar um pouco diferente de quando partiu.



Viajando com Charley, de John Steinbeck (1962)

Estados Unidos


Com 58 anos, o vencedor do Nobel de Literatura John Steinbeck decide viajar pelos Estados Unidos, país que acreditava não conhecer mais, para então redescobri-lo. Junto de seu poodle Charley e a bordo do caminhão (e casa) Rocinante, o autor percorreu o país de leste a oeste durante três meses, de Nova York à Califórnia, atravessando no caminho estados do norte, sul e meio-oeste estadunidense, em uma tentativa de fugir de sua zona de conforto. Foram 16 mil quilômetros pelas estradas americanas. A obra é um diário de viagem, mas é também um retrato dos Estados Unidos da década de 1960. O escritor nos põe na estrada junto a ele por seus detalhes, da descrição de cenários esplendorosos às histórias das pessoas que cruzaram seu caminho.



Travels, de Michael Crichton (1988)

Ásia, África e Oceania


Autor consagrado de ficção científica, responsável pelo clássico Jurassic Park, Crichton escreve uma autobiografia com foco em suas viagens – das literais, ao redor do mundo, às internas, por dentro de si mesmo. O livro tem em alguns momentos uma pegada reflexiva, ao discutir os aprendizados pessoais do escritor, sua espiritualidade, suas fraquezas e defeitos. Com uma escrita direta e despretensiosa, o autor é capaz de nos transportar ao seu mergulho com tubarões no Taiti, à sua escalada pelo Monte Kilimanjaro e ao Himalaia ou sua busca por gorilas em Ruanda. Michael Crichton é motivado a conhecer lugares diferentes (da Papua Nova Guiné, à Tailândia, Jamaica e Tanzânia) principalmente para ter contato com pontos de vistas distintos e se distanciar da visão de mundo eurocêntrica ou americanizada.



Viagem à Itália, de Goethe (1816)


Goethe esteve na Itália entre setembro de 1786 e abril de 1788. A infinidade de assuntos dos quais se ocupou ao longo dessa permanência reflete os múltiplos interesses do autor, ao mesmo tempo em que confere ao texto seu caráter enciclopédico. "Viagem à Itália" não é apenas o relato fiel de uma experiência em um país estrangeiro, mas também um texto extremamente pessoal, que ultrapassa o registro autobiográfico. As idiossincrasias, anseios, e obsessões do homem de 37 anos emergem sob o texto, desestabilizando a dicção clássica encontrada por aqueles que desejam ver na obra o ponto de passagem, o momento em que o artista amadurece por completo para prover a Alemanha de seu Classicismo.



Viagem a Portugal, de José Saramago (1981)


"Viagem a Portugal" é uma coleção de crônicas de José Saramago publicado em março de 1981. Foi escrito ao longo da sua viagem por todas as regiões de Portugal continental. À medida que vamos descobrindo as localidades portuguesas e o seu encanto, o autor vai-nos transmitindo opiniões e leituras acerca daquilo que encontra (monumentos, paisagens, quadros).



Diário da Descoberta da América, de Cristóvão Colombo


O livro traz as anotações dos diários das 4 viagens de Colombo em busca das Índias, que resultaram na descoberta da América, além das cartas escritas para os reis espanhóis e o testamento do almirante. Na primeira viagem, em 1492, partindo da Espanha, ele chega até as Bahamas, no Caribe, de onde volta no ano seguinte. Poucos meses após o retorno, Colombo parte novamente em busca das Índias e atinge a ilha caribenha de Dominica. Ele fica na região por 3 anos e conhece as Antilhas e a Jamaica. Em 1498, ele parte novamente e chega a Trinidad. Em sua última viagem, realizada em 1500, Colombo atravessa o oceano em apenas 21 dias e desembarca no Panamá.



De carona com Buda, de Will Ferguson (2007)

Japão


Um misto de diário de bordo e guia de viagem, De carona com Buda é um relato bem humorado de uma travessia pelas ilhas e ilhotas do arquipélago japonês. Com o auxílio de estranhos, literalmente de carona, o até então professor de inglês parte das ilhas Amakuza e cruza o país decidido a seguir a Frente de Flores de Cerejeira. A chegada da primavera é o pano de fundo perfeito e ponto de partida para uma aventura pelos templos e metrópoles, festas populares e até mesmo encontros com mafiosos do país.



A Ilha, de Fernando Moraes (1976)

Cuba


A Ilha é um livro-reportagem de autoria do escritor e jornalista brasileiro Fernando Morais, publicado em 1976. O livro versa sobre Cuba, e tornou-se um dos maiores sucessos editoriais brasileiros, convertendo-se num ícone da esquerda brasileira nos anos 70.



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